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Quando vimos pela primeira vez as Guarnições, um pouco antes do lançamento oficial de Warlords of Draenor, tivemos uma primeira experiência do que seria housing em World of Warcraft. A ideia do housing é que todo jogador tenha um local para chamar de lar, para onde possa voltar após uma noite de raide, uma tarde de brigas nas arenas, ou um dia cansativo de farm de plantas e minérios. Se brincar de casinha no WoW for igual a outros jogos que tem essa opção, o recurso pode incluir também mudança de móveis, papel de parede, piso, etc. Nossas experiências com a ideia de housing no jogo começaram com a fazendinha de Mists of Pandaria, e se mantiveram até agora, em alguma escala, com os Salões de Classe. Acredito que, para que a ideia amadureça, tais experiências têm muito a nos ensinar sobre como lidamos nos últimos anos com o recurso, que apesar de bem incompleto, tem feito alguma diferença na nossa jogabilidade. Vamos pensar juntos sobre?

A guarnição foi uma experiência bem peculiar sobre a ideia de “ter nosso cantinho”. Nunca foi o propósito das guarnições serem um local para se morar, afinal todo o ambiente era um preparativo de guerra, um local onde éramos comandantes e precisávamos nos equipar com recursos e prédios que auxiliassem nossa experiência em Draenor. Apesar do que dizem, eu gostava da minha guarnição, tendo apenas algumas ressalvas. Era um local onde eu podia usufruir de facilidades, como banco e casa de leilões ao meu alcance, guardas que eu escolhesse, prédios que me servissem melhor durante minha estadia, etc. Contudo, era um local bastante solitário. Apesar de alguns amigos me visitarem de vez em quando enquanto estávamos em grupo, na grande maioria do tempo a guarnição era um local onde eu ficava sozinha, e onde eu logava raramente para colocar os seguidores para farmar ouro nas missões de guarnição.

Os salões de classe vieram como uma “melhoria” da guarnição. Toda a série de missões foi construída para mostrar características de cada classe e para mostrar parte da história esquecida das ilhas partidas. A principal diferença é que não temos controle nenhum sobre o que existe no salão de classe. É uma construção feita pelas administrações das classes, condicionadas pelas circunstâncias das regiões onde os salões estão colocados. Por outro lado, é sempre cheio de gente e raramente me sinto sozinha por lá. Mas falta também a minha identificação com as paredes e construções do local. Passa a ser muito mais um local de visita eventual do que um local onde eu colocaria minha Pedra de Retorno e me sentir como estivesse em casa.

Acho que ambas as experiências, junto da nossa antiga relação com a fazendinha de Pandaria, mostram que a Blizzard é capaz de fazer espaços onde criemos vontade de nos enraizar. Cada expansão também tem a sua própria forma de criar laços entre espaços e jogadores. Mists of Pandaria nos ensinou a lutar pelo que é nosso e nos relacionarmos com o ambiente. Warlords of Draenor nos colocou num local inóspito e cheio de perigos, nos obrigando a achar um local seguro para reunirmos forças e termos algum lugar para nos refugiarmos. Legion aparentemente quer nos ensinar mais sobre nós mesmos e sobre os nossos semelhantes, quer fortalecer as facções pelas suas semelhanças, e não pelas suas diferenças, para que possamos nos unir perante o perigo atual.

Mas o que esperar do futuro das nossas relações com essa forma embrionária de housing em World of Warcraft? O que você acha da nossa relação e jogabilidade em condições como essas, de locais específicos que geram um sentimento de enraizamento, de lar? O que você gostaria de ver nesses locais, ou mudanças que você espera futuramente?

Não deixem de debatermos nos comentários 🙂 Muito obrigada, e até mais! o/