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Alex Oliver é um escultor com vasto conhecimento em anatomia humana e desenho tradicional. Ele é instrutor de escultura e especializado em animação gráfica. Trabalhou para várias empresas como Blizzard Entertainment, Discovery Channel e National Geographic Channel.

E lá na Blizzard, ele trabalhou, ao lado de uma equipe, na modelagem de nada mais, nada menos, que o Deathwing, o super vilão desta expansão!

Leonardo Melo, um estudante de Jogos Digitais na Faculdade Estácio de Sá em Fortaleza, colaborando para WoWGirl, aproveitou o workshop de Arte Digital que Alex ministrou na INFOBRASIL, no dia 28 de abril e trouxe essa entrevista pra nós!

Leo – Como a Blizzard tomou conhecimento do seu trabalho?

Alex – Através de diversos Fóruns de 3D, eu sempre postava meu trabalho e tudo mais, daí fui ganhando destaque no fórum, Hoje, se você quiser conseguir algo na área de 3D os fóruns estão aí pra isso, na internet tudo é possível. Então, quando comecei a me destacar nesses fóruns recebi o convite.

Leo – Como era a rotina de trabalho na Blizzard?

Alex – Eu chegava mais ou menos 10h da manhã no trabalho e tínhamos um intervalo pra hora do almoço e trabalhava até 7h da noite, era uma rotina fantástica, cara, porque os caras estavam me pagando pra eu passar o dia inteiro modelando criaturas, então era muito bom! E o ambiente lá dentro é maravilhoso, é um sonho mesmo, pra quem gosta de modelagem, criação de personagem, é a “Disneylândia”, assim, é incrível. Na equipe é um melhor do que o outro, então era um dia a dia que parecia que você não tava trabalhando, eu me divertia mesmo. Eles tinham uma dinâmica muito boa de que os artistas sempre tinham que criticar construtivamente o trabalho do outro pra evitar estagnação e tal, fazendo com que a gente sempre melhorasse nosso trabalho, todos lá tinham a idéia de deixar seu trabalho cada vez melhor.

Leo – Como foi o processo de criação e modelagem do personagem Deathwing e de que forma você fez parte desse projeto?

Alex – Eu participei juntamente com uma equipe, uma equipe muito grande. Participei da fase inicial, que foi o processo de desenvolvimento da modelagem, e através de alguns desenhos que o departamento de concept forneceu, comecei a fazer uma série de modelagens que eram diversas vezes modificadas a gosto do diretor e da equipe pra que a gente conseguisse alcançar aquilo que o grupo almejava. É muito legal o processo, porque você sente que os caras querem fazer a melhor coisa possível naquele instante e acabou, não tem limites pra fazer o melhor que eles puderem. O Fausto de Martini, que é um modelador brasileiro da Blizzard, é um dos artistas que me inspiraram a fazer 3D. As opiniões que ele dava, tipo: ”Alex, você não acha que pode mudar isso aqui? Fazer desse jeito e tal?” foram importantes pra melhorar meu trabalho. Ele tem muita visão, assim como toda a equipe.

Leo – De onde veio a inspiração para dar forma ao personagem Deathwing?

Alex – A minha inspiração pra ajudar a Blizzard no processo de modelagem veio diretamente dos meus estudos que eu fiz tempos atrás sobre dinossauros, e também todo estudo que eu fiz de anatomia animal, que me ajudou pra eu ter uma facilidade pra desenvolver o personagem. Porque não é só uma imagem, ele tem que passar uma idéia que existe, ele tem que ter músculo, tem que ter pele. E é claro, a fantástica equipe de concepts deles.

Leo – Como era composta a equipe que ficou responsável pela criação do cinematic de divulgação do cataclysm?

Alex – Cara, a equipe era muito grande, muito grande mesmo, muita gente trabalhando. Eles fazem isso muito bem dividido. Cada pessoa tem o seu papel lá dentro: texturização, animação, a parte de vídeo, shader etc. E todo mundo sabe um pouco do que todo mundo faz.