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Saudações, fãs da história de warcraft!

Agradeço todos os feedbacks positivos do post da Alleria e fico feliz em saber que existe mais gente interessada na história do que é hoje World of Warcraft.
Seguindo algumas sugestões, hoje trago para você um pouco de quem é Tyrande Murmuréolo e do que ela viveu e enfrentou antes de tomar parte da Terceira Guerra (Warcraft III) e por fim, se aliando à Aliança.

Quem é Tyrande?

Tyrande é uma personagem muito importante, apesar de seu brilho estar apagado no World of Warcraft (Blizzard prometeu um pouco de amor à Tyrande, e estamos esperando, Metzen). A elfa noturna é a campeã eleita de Eluna em Azeroth, ela carrega o título de Alta Sacerdotisa [High Priestess] e já habita o mundo por mais de dez mil anos, vivenciando guerras, traições e alianças. Confesso que a história envolvendo a elfa é imensa e deveras complicada, envolvendo alguns retcons aqui e ali, um livro fala uma coisa, um jogo fala outra, outro jogo muda tudo o que foi dito antes… então procurarei fazer uma abordagem direta e ligada mais à história do WoW propriamente dito do que de Warcraft III e dos livros, da maior imagem de liderança élfica desde a queda da Rainha Azshara.

Quem jogou Warcraft III lembra da marcante frase: “Warriors of the Night! Assemble!”

Tyrande cresceu com os gêmeos Malfurion e Illidan Tempesfúria [Stormrage]. Em suas atividades comuns na quieta vila de Suramar, Tyrande se destacava com suas habilidades na caça, corrida e afins, obtendo admiração dos irmãos Tempesfúria, o trio era inseparável.
Conforme ficavam mais velhos, cada qual decidiu trilhar seu próprio caminho. A elfa então se torna uma noviça na ordem chamada “Irmãs de Eluna” [Sisters of Elune], onde ela teria um futuro brilhante. Malfurion foi acolhido por Cenarius e Illidan procurava seu próprio destino.

Por Eluna! – E a Guerra dos Anciãos [War of the Ancients]

O interessante da Guerra dos Anciãos é que era o primeiro evento de guerra dessa magnitude a impactar diretamente em Azeroth.

Antes de continuar, tenho uma observação a fazer: Existem três versões para a War of the Ancients:

1 – Existe a versão do escritor Richard A. Knaak, na trilogia War of the Ancients: Well of Eternity, Demon Soul e The Sundering.

2 – A versão como contada no Warcraft III, onde a War of the Ancients é tida como a “Primeira invasão da Legião Flamejante [Burning Legion]”.

3 – E existe a versão do WoW, a referência ingame pode ser encontrada em Monastério Escarlate – Livraria [Scarlet Monastery (Library)] um pouco antes do ultimo Boss, Doan. E sim, por ter 3 versões dos acontecimentos dessa guerra, serei breve, destacando alguns pontos importantes, dando prioridade ao WoW, por ser a linha temporal que estamos focados no momento.


Existia uma rainha, chamada Azshara. Ela era amada por todo seu povo, porém ela tinha um certo favoritismo por seus servos, que ela nomeou Quel’dorei (em Darnassian, de nascimento nobre), ou Highborne. A rainha e seus leais servos tinham uma curiosidade para com a Nascente da Eternidade [Well of Eternity], por isso ela ordenou que a Nasscente fosse estudada metodicamente, e que fossem revelados à ela seus segredos e o propósito de sua existência. O estudo permitiu que alguns elfos conseguissem manipular as energias cósmicas da Nascente da Eternidade.

Cenarius, filho de Eluna, alertou dos problemas que este uso descuidado da magia desencadeariam em Azeroth. Mas Azshara e seus amados Highborne se recusaram a ouvir, e gradualmente o uso da magia mudava a aparência e o comportamento de Azshara, a ponto dela agir cruelmente com aqueles que não estavam entre seus Highborne.

Malfurion Tempesfúria, ainda jovem e aprendendo as artes do druidismo, percebe a corrupção que a magia da Nascente da Eternidade surtia em sua rainha e nos Highborne. A rainha e seus fiéis servos acabaram atraindo a atenção do titã caído, Sargeras, para Azeroth. (Falarei mais de Sargeras e dos titãs em outro post)

Sargeras sentia a potência da fonte ilimitada de energia que era a Nascente da Eternidade e convoca sua Legião Ardente (Burning Legion) para atacar o planeta de Azeroth. Ao sentir a vasta imensidão dos poderes de Sargeras, Azshara lhe dá permissão para entrar em Azeroth. A coisa estava ficando feia, Azshara e os Highborne adotaram Sargeras como seu deus e permitiram que ele destruísse Azeroth.

A Burning Legion atacava Azeroth, aliados à Rainha Azshara e seus Highborne. Quando a “invasão” começou, Tyrande persuadiu Illidan a deixar os Highborne, e procurar Cenarius para curar sua fome por magia. Uma vez reunidos com Cenarius, eles ganharam assistência dos dragões vermelhos de Alexstrasza e a guerra começou. Tyrande demonstrou que era a mais apta a receber os poderes de Eluna do que qualquer outra sacerdotiza de sua ordem.

Na segunda parte da guerra, a Alta Sacerdotisa Dejahna falece pelas mãos da Legião, e em seu leito de morte, aponta sua sucessora. Tyrande não tem outra opção: ela é a escolhida de Eluna, tocada e abençoada pela própria entidade. Relutante, ela aceita o papel, na incerteza de sua habilidade de liderar seu povo.

“Raw power is no substitute for true strength, Illidan. That is why I chose your brother over you.” (O poder apenas não é substituto para a força verdadeira, Ilidan. Por isso escolhi seu irmão ao invés de você.)

 

Tyrande fora, de longa data, o interesse amoroso de ambos os gêmeos Tempesfúria – enquanto Illidan demonstrava claramente o que sentia, Malfurion a observava de longe. E foi o quieto Malfurion o elfo que acabaria por chamar atenção de Tyrande.

Malfurion estava convencido de que a Nascente da Eternidade funcionava como um portal para o mundo físico e com a ajuda de Tyrande, convence Cenarius e seus companheiros dragões a por um fim à Nascente. A Nascente da Eternidade era a fonte de imortalidade e poderes dos elfos noturnos, Illidan não gostava nenhum pouco do plano, então abandonou seu irmão e foi alertar Azshara. E a rainha se preparou para o que viria.

Malfurion lutava na entrada enquanto sua amada entrava furtivamente com suas Sentinelas. Tyrande e as Sentinelas foram surpreendidas por guardas da rainha e Tyrande sofreu danos quase fatais. Malfurion fica nervoso ao ver sua amada naquele estado e, enraivecido, ataca a rainha. A batalha foi terrível e o resultado dela foi a Grande Ruptura  [The Great Sundering]: A Nascente da Eternidade fora destruída, o mundo danificado, a terra partida enquanto a água tomava conta do lugar todo.

“Goddess, if this is to be the end, let us die with your name on our lips!” (Deusa, se esse deve ser o fim, deixe-nos morrer com seu nome em nossos lábios)

Tyrande sobrevive a Ruptura [Sundering] e ajuda seu povo a lutar contra as ondas até chegar à terra firme. Chegando em Monte Hyjal, surge uma nova Nascente da Eternidade, criada por Illidan, usando vários frascos contendo a água da Nascente original. Illidan é sentenciado pelo irmão a passar o resto de seus dias preso como traidor. Illidan é posto sob custódia da Diretora da prisão, Maiev Shadowsong, para que ela cuidasse para que Illidan não fosse mais ameaça para a nova sociedade de Elfos Noturnos que se criaria.

Meu coração dorme no Sonho Esmeralda

Com a ajuda dos Aspectos, os Elfos Noturnos procuravam um novo lugar para seu povo em Azeroth. Os Aspectos foram benevolentes e concederam aos Elfos Nordrassil, a primeira Árvore do Mundo [World Tree] e incumbiram aos elfos de proteger o novo Well. Alextrasza fez crescer a Árvore do Mundo, Nozdormu a encantou com a imortalidade para os Elfos Noturnos, e Ysera ligou a árvore a seu domínio, o Sonho Esmeralda. Ysera pediu que os druidas a ajudassem a restaurar as vias de acesso ao sonho, e isso demandaria que os druidas dormissem por séculos, conectados ao Sonho Esmeralda.

Malfurion então se retira para o Sonho Esmeralda [Emerald Dream] e a espera e o trabalho de Tyrande Murmuréolo para reconstruir sua cultura então começa.

Tyrande passou de uma noviça para uma líder inusitada em tempos de guerra, cujo amor precisava se afastar para cumprir seu papel e seu dever. Viver na pele da elfa noturna não seria fácil. Ainda mais quando ainda haviam disputas entre os elfos. Não era uma questão material, mas a confiança entre os elfos havia sido quebrada, os Queldorei [Highborne] remanescentes foram proibidos de usar magia arcana e quem não fazia parte dos Queldorei, os desprezava – afinal a Ruptura [The Sundering] era culpa deles.

Quando os Highborne remanescentes, entre eles Dath’Remar Sunstrider (ancestral de Kael’thas), resolveram se revoltar e atacar Vale Gris [Ashenvale] com magia arcana, Malfurion acordou por tempo o suficiente para banir os rebeldes de Kalimdor, retornando ao seu pesado sono logo após.

Tyrande aprendeu a ser líder com base nas qualidades de Malfurion – paciência, gentileza, sabedoria, esperando seu amor acordar de seu sono, enquanto a sociedade élfica voltava a levantar suas casas, tratando seu povo respeitosamente.

Milhares de anos depois, a Legião ameaçava Azeroth novamente… mas isso ficará para a parte 2. Vejo vocês semana que vem! 😀