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Alguns grandes jogadores não são conhecidos somente pelos seus feitos. Quem acompanha grandes nomes como Reckful, Swifty, Hydra, Snutz e etc, sabe que além de serem nomes de referência em suas classes, eles são conhecidos principalmente por fazerem streams de suas arenas no World of Warcraft (já explico o que são streams). Mas será que brasileiros possuem espaço nesse universo?

Primeiramente explicarei o que é o eSport. O termo “eSports” vem da abreviação de Eletronic Sports, ou Esportes Eletrônicos ao pé da letra. Os jogos mais ligados ao eSports são principalmente os jogos multiplayers de Tiro em Primeira Pessoa [first-person shooter – FPS], os de Corrida [racing], os de Estratégia em Tempo Real [real-time strategy – RTS] e  de Vários Jogadores em Rede [massively-multiplayer online – MMO]. Apesar das minhas traduções porcas, acho que dá pra entender que esses jogos, por possuírem muitos jogadores que jogam juntos num mesmo ambiente, acaba instigando a competitividade, e daí vem a função do eSports: profissionalizar e instituir essa competição, de modo que hajam campeonatos e premiações para os jogadores, e que através disso haja uma promoção do talento dessas pessoas mundo afora. Idéia bacana, não?

Atualmente há muitos jogos que se promovem através do eSport. Alguns exemplos são o Counter Strike, League of Legends, DOTA e, o mais conhecido pelos jogadores da Blizzard, o Starcraft. São vários campeonatos mundiais e regionais desses jogos, e esse ano tivemos o primeiro de arenas em World of Warcraft: O World of Warcraft Global Finals. A novidade é que no Starcraft tivemos um brasileiro participando das finais, e que representou nosso país lá em Shangai durante o campeonato. Mas agora, com a comunidade brasileira completando seu primeiro ano de vida, o que podemos esperar?

Aos brasileiros, existem obstáculos até mesmo culturais que não fomos capazes de superar ainda. Um exemplo são as live streams de jogos,  ou seja, os jogos que alguns jogadores transmitem em tempo real pela internet. Pra quem nunca viu uma live stream, só pra você ter uma idéia, há jogadores que ganham a vida com isso. Jogadores que possuem canais no YouTube e fazem essas live streams com patrocínio de empresas diversas, mas principalmente de periféricos para computador, e ganham dinheiro até mesmo com doação dos espectadores. Ganham dinheiro suficiente para bancar todas as despesas mensais que eles têm com equipamento, melhorias para seus trabalhos com vídeo e jogos, e vivem muito bem (principalmente quem consegue bons patrocinadores).

No Brasil, poucos jogadores se arriscaram a fazer isso. É um empreendimento “novo” por aqui, mas que com o devido incentivo do público brasileiro e das empresas brasileiras até que pode dar certo. Mas como eu já disse, a própria cultura brasileira intervém nesses assuntos, já que no Brasil, quem fica parte do dia jogando é taxado de “nerd” sem nada pra fazer. O brasileiro tem pouca proatividade a investir nessa área e a própria infraestrutura tecnológica brasileira não ajuda (internet muito lenta comparada com a estrangeira, equipamentos caros, poucas empresas que auxiliariam esse tipo de negócio, etc). O próprio WoW teve seu primeiro campeonato esse ano, será que é um jogo propício para esse tipo de competição?

Eu fico imaginando, se desse certo isso um dia, já se imaginou num domingo a tarde sem nada pra fazer (ok, eu sei que tem futebol, mas tente imaginar isso ok?), ao invés de recorrer à televisão ou qualquer outra coisa, você procurar um entretenimento como um stream de algum brasileiro, ou mesmo começar a fazer streams para passar o que você sabe para milhares de espectadores? A mudança comportamental e econômica que isso traria para o público brasileiro seria muito interessante. Exemplo:

“Hoje tem um filme legal na Sessão da Tarde, mas vou ver stream do ‘FulaninhoBR’ porque ele tá fazendo x3/masmorra modo desafio e eu quero ver como ele faz.”

O eSports e os streams podem servir de entretenimento, e mesmo que você não doe nada para esses jogadores proativos, é um meio de divulgação dos jogadores brasileiros. Eu acredito que com o incentivo a esses jogadores que querem divulgar o eSports no Brasil e começar novos empreendimentos por aqui, futuramente poderemos ter o Brasil no topo de muitos rankings relacionados a jogos e eSports.

Eu particularmente li e reli este post, e achei que ele está bem confuso e incompleto ainda. Fiz um monte de perguntas por aqui, e conversando com algumas pessoas eu acabei vendo vários lados desse assunto que eu mesma não consegui explorar. Para não me estender muito, vou deixar que vocês investiguem essas outras faces sobre o eSports e sobre jogadores que ganham a vida com streams e vídeos, e me digam o que acham do assunto. Eu mesma me descobri leiga sobre isso, mas é interessante compartilhar desse pensamento com mais jogadores.

Muito obrigada, desculpem o texto longo >.< e até mais! /kiss