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Este é o 7º artigo de 10 posts da série O Diário da Kinndy.

 

Boa leitura!

– Então você vai estar comigo pra sempre?
– Sempre.
– E se alguém me atacar?
– Eu te defenderei.
– Hmmmm… e se você ficar com fome?
– Você me dá de comer.
– E se eu não tiver comida?
– Eu devoro você!

Kinndy Acordou assustada, o sonho foi tão real que por alguns segundos achou que estava dentro da barriga do tigre com quem conversava.
– Tigres não falam.
Disse a si mesma, tentando esquecer a sensação de ser engolida pelo felino.
O sonho tinha sido assustador, mas não podia deixar de ir atrás de algum caçador, afinal, ter um bichinho por perto não devia ser tão ruim.
– Bom dia meu brigadeirinho!
– Bom dia mãezinha linda do meu coração!

– O que você quer Kinndy?
Kinndy Arregalou os olhos, como sua mãe podia saber que ela queria algo?
– Que isso mãe! Eu não quero nada…
– Kinndy…
Kinndy suspirou e resolveu logo contar o que queria.
– Eu estava pensando em conhecer algum caçador e como eu sei que você tem uma amiga humana que é caçadora eu…
– Você está louca Kinndy? Você tem ideia de onde ela mora?
Ela tinha que convencer a mãe de alguma forma, mas como?
– Mãe, quando você tinha a minha idade, você não sonhava em ser feliz com a classe que você tinha escolhido?
Kinnya, mãe da pequena Kinndy, entendeu o que a filha quis dizer. Ela escolhera ser  uma sacerdotisa mas quase nunca exercia a função de curar. Ao invés disso decidira casar com Guido e ser doceira. Sua vida era muito feliz, mas ela escolhera sua classe pressionada pelos seus pais.
– Você venceu mocinha. E você sabe onde ela mora? Como vai fazer pra chegar lá? Você ao menos sabe o nome dela?
Kinndy não tinha pensado em nada disso. Ela só conseguiria chegar lá com a ajuda da mãe.
– Não sei nada disso, mas você pode me ajudar.
Kinnya sorriu, sua filha era teimosa, uma garota linda e teimosa. Ela não podia deixar que sua filha fosse infeliz com a escolha de sua classe.

– Ela se chama Irene Tirocerto e mora em Loch Modan, no Pavilhão dos Andarilhos.
Kinndy nunca havia saído de Dalaran, como ela faria pra chegar em Loch Modan? Ela ao menos sabia o que era Loch Modan.
– Loch Modan é alguma rua aqui em Dalaran?
Kinnya soltou uma risada abafada, sua filha não sabia quão grande era o mundo no qual vivia.
– Não minha pequena, Loch Modan fica em outro continente e é bem distante daqui.
Kinndy arregalou os olhos novamente, como ela iria pra outro continente?
– Mas… mas… como eu vou pra outro continente?
A gnomida mais velha sorriu e pegou a filha pela mão, foram para o canto da sala e ela começou a sussurrar.
– O que vou fazer aqui será segredo, seu pai não poderá saber que o que vai acontecer.
A pequena de cabelos rosa assentiu com a cabeça.
– Tome esta pedra, entregue para um mago na estalagem da Aliança e ele abrirá um portal para Altaforja.
Kinndy pegou um papel e começou a anotar tudo que sua mãe falara.
– Alta Forja é a capital dos anões, nossos amigos e aliados na Aliança.
Anões, pedra, portal, aliados, mago…
– Chegando em Altaforja, você vai olhar neste mapa onde fica A Grande Forja.
Kinndy pegou o mapa que a mãe lhe dera, ele era mágico, era do tamanho de um caderninho, e quando aberto ficava grande, podendo ver todos os mapas daquele continente que nunca havia ouvido falar antes: Reinos do Leste.
Forja, grande forja, mapa…
– Você está entendendo Kinndy?
– Aham…
Anões, forja, amigos da Aliança que moram em Altaforja…
– Chegando na Grande Forja você vai ver um anão com um grifo, você vai entender essas moedas pra ele pedir pra ir para Loch Modan. Alguma dúvida?

Depois de ter anotado tudo, Kinndy olhou para o papel e perguntou:
– O que é um grifo?
Kinnya suspirou e calmamente respondeu:
– É um bicho com cabeça e asas de águia e a outra parte do corpo semelhante a um felino.
Kinndy sorriu. Esta viagem seria muito interessante.
– Tá bom mamãe, obrigada!
Ao abraçar a mãe, ela recebe algumas moedas de ouro, era a primeira vez que ela ganhava tanto dinheiro.
– E não gaste com doces!