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Este é o 9º artigo de 9 posts da série Vida e Morte de Arthas Menethil.

Hello! Lianne aqui novamente! O final da saga de Arthas chegou. Queria agradecer a todos que acompanharam a jornada do jovem e inocente Arthas até o cruel Lich Rei.

Essa primeira parte do artigo em particular contém apenas coisas que aconteceram no Livro “Arthas: Rise of the Lich King”, as demais são um resumo do que já vimos no jogo. Não pendurarei muito, pois é um conteúdo que muita gente ainda pode ter acesso direto pelo jogo! 🙂

Arthas é um personagem especial, por isso a série de artigos dele é especial. Infelizmente não tem conteúdo assim pra fazer uma série assim pra TODOS os personagens da Lore de WarCraft. Por conta do tempo de pesquisa, leitura e elaboração de material, o artigo tomou muito mais tempo do que o planejado inicialmente, por isso eu peço desculpas. Essa série de artigos foi toda feita visando entreter, e tornar a sua experiência com o lore de WoW muito mais imersiva e divertida!

E agora, o Grand Finale.


Alguém aí falou em Nostalgia?

O Garoto e o Orc

E então Arthas sentou-se no trono gelado. De repente viu-se em um salão grandioso e decadente, onde ele estaria sentado na cabeceira de uma grande mesa. Tudo não passava de uma ilusão – dentro de sua propria cabeça. Porém ele não estava sozinho, à sua esquerda se encontrava uma figura tenebrosa de um velho, mas ainda poderoso orc com uma caveira quase espectral pintada sobre sua face. A direita de Arthas estava um garoto humano franzino e bem doente.

Por cinco anos, o Lich Rei Arthas permaneceu ali, sonhando, lembrando de tudo o que levou até aquele momento. Quando as memórias se dissiparam na névoa azul e branca em sua mente, ele voltou ao salão, onde o orc sorria e o garoto estava ainda pior. Os lábios rachados do garoto se partiram, como se ele fosse falar algo, mas fora interrompido pelo orc, que fazia promessas de poder.

Imagens inundaram a mente de Arthas, fragmentos de um futuro por vir. Horda e Aliança unidas, marchando à sua porta; viu também os mortos vivos, cujas vontades eram suas próprias, lutando ao lado de criaturas que lembravam touros, trolls e orcs, viu também a cidade que ele colocara no chão, e seu reino, Quel’thalas, reconstruídos. Tudo se tornava caótico e mais imagens apareciam, sem sentido, insetos que lembravam seus Nerubians saindo do deserto, um escudo vermelho de Lordaeron com uma chama, um mar vasto, algo abaixo da superfície da água, que começou a se mover como numa tempestade, embora o dia estivesse claro. Um som horrível que lhe lembrava risadas invadiu seus ouvidos, assim como um grito de um morto arrancado de seu lugar de direito, algo via a luz do dia como não via há séculos. De repente, tudo ficou verde, nebuloso e quase que um pesadelo, imagens grotescas surgiam nos cantos obscuros de sua mente. Seria um cervo, um homem? Ele não sabia dizer. As montanhas tomaram vida, esmagando todos em seu caminho.

O nome de sua espada rúnica ecoou em sua mente, ele a conhecia bem, mas outro nome – “Crematória” [Ashbringer], uma outra espada, mas muito mais que uma espada, assim como sua Gélido Lamento… Arthas piscou e balançou a cabeça, as visões caóticas e desesperadoras se foram. O orc riu. Disse que havia muito mais, com a condição de que ele seguisse o caminho por completo. Lentamente, o cavaleiro da morte virou sua cabeça branca para o garotinho.

Eles trocaram olhares. O olhar do menino fazia algo dentro de si se agitar. Não importa quão doente ele fique, o garoto não vai morrer. E finalmente Arthas entendeu. O menino sorriu um pouco. E parecia que havia se tornado mais saudável enquanto Arthas brigava para falar, incrédulo. O garoto era ele. Era sua humanidade, era a chama que resistia ao frio, era o último vestígio de compaixão dentro dele. Era seu amor por Jaina, pelo seu pai, por todas as coisas que um dia importaram pra ele, que tornavam ele… ele. Ele tentou fingir que esses sentimentos não existiam, mas ele não conseguia. Ele não conseguia abandonar seu eu melhor.

Os olhos esverdeados do garoto brilharam de alegria, até sua pele ficou mais rosada, o garoto ganhava força perante Arthas. Ele tinha lágrimas de alegria nos olhos. O pequeno Arthas disse que apesar de tudo, ele ainda não o havia abandonado, ainda havia esperança. Que deveria haver alguma razão, apesar de todo o mal que ele havia feito, para o garoto existir. Teria de haver algo bom dentro dele. O garoto abriu os braços, eles trocaram olhares de afeto.

“Não precisa ser muito tarde.”, disse o garoto.
“Não.” Arthas respondeu, sua voz carregada de emoção, “Não precisa.”
Ele tocou o rosto do garoto, desceu com o dedo até seu queixo, e sorriu, olhando apra seus próprios olhos.
“Mas é.”

A lâmina de Gélido Lamento atingiu o garoto, chocado, traído, aterrorizado. A lâmina ainda quase do seu tamanho. Arthas observou-o gritar de dor, a última vez que sentiria remorso. De repente o peso se foi, assim como o garoto. Arthas se sentia leve, e livre, como se tivesse sido expurgado de tudo o que o segurava para trás. Do outro lado da mesa, o velho orc comemorava.

“Nós somos um, Arthas. Juntos, somos o Lich Rei. Nada de Ner’zhul, ou de Arthas – só esse ser glorioso. Com o meu conhecimento, nós -”
Seus olhos se arregalaram quando a espada o empalou.
(…)
“Não”, Arthas sussurrou, “Nada de nós. Ninguém me diz o que fazer. Eu já tomei tudo o que eu precisava de você – Agora o poder é meu e somente meu. Agora só existe eu. Eu sou o Lich Rei. E eu estou pronto.”

Assim como o garoto antes dele, o orc, paralizado pela traição, se esvaneceu.

Duas pessoas reagiram imediatamente ao despertar do Lich Rei. Uma foi Sylvana [Sylvanas], principalmente por conta de sua conexão com o Trono Congelado. Sylvana já estava testando sua nova praga que afetava mortos-vivos e vivos da mesma forma a esta altura, e já proferiu uma sentença de morte para Arthas, como parte de sua vingança. A outra foi Jaina, em Theramore, e por conta do choque e do sentimento triste que inundou seu coração no momento que Arthas matou seu eu puro deixou cair a xícara de chá que estava tomando no chão de pedra. Aegwynn estava com ela e também percebeu que algo havia acontecido, mas não sabia ainda o que.

Enquanto Arthas dormia, seu exército permanecia ativo, executando ordens através de servos como Kel’Thuzad.

A mando do Lich Rei, as capitais de Azeroth começaram a receber grãos infectados com a praga. Uma ironia de Arthas talvez, atacar como ele mesmo havia sido atacado anos antes. Conforme as pessoas comiam dos grãos infectados, elas se tornavam mortos vivos se não tratados pela Aurora Argêntea [Argent Dawn]. Os jogadores puderam vivenciar esse evento no jogo, que deu a oportunidade deles virarem Ghouls a serviço de Arthas. Foi um dos eventos mais divertidos do WoW, na minha humilde opinião.


Evento pré-patch da Expansão Wrath of the Lich King: A invasão do Flagelo

Necrópoles (como Naxxramas, só que menores) surgiram em diversos pontos em Azeroth, começando uma segunda guerra do Flagelo. Aventureiros da Aliança e da Horda precisaram se unir para derrotar a doença e os exércitos, depois Abominações, Serpes Gélidas [Frostwyrm] e outros soldados mais poderosos do Lich Rei começaram a invadir as cidades. Esses eventos também foram tratados nos quadrinhos.

Por conta dos eventos ocorridos, Horda e Aliança se uniram na investida a Nortúndria para derrotar Arthas de uma vez por todas. Foi aí que foram criadas as facções do Wrath, Expedição da Horda e Vanguarda da Aliança. Mas a ideia de Arthas era justamente essa, que seus inimigos viessem a Nortúndria para que eles sofressem uma jornada parecida com a sua, que os bravos guerreiros de Azeroth fossem corrompidos ou mortos, sendo trazidos de volta como parte de seu incansável exército.

Flagelo ataca SW

A Ira do Lich Rei


Cinematica da Expansão dedicada ao Lich Rei

Cinco anos depois que Arthas sentou no Trono Congelado, ele acordou. Quando abriu seus olhos, Arthas foi até a cova de Sindragosa. Ele levantou a primeira consorte de Malygos de sua tumba e também reuniu um grande exército de mortos vivos a seu serviço. Entre eles estavam uma nova ordem de Cavaleiros da Morte, liderados por Darion Mograine, numa fortaleza nas Terras Pestilentas. O intuito era conquistar e remover toda presença que se opusesse ao Flagelo ali.

A operação da ordem de Darion consistiu em tirar a Crusada Escarlate de Lordaeron, colocando seus sobreviventes a caminho de Nortúndria, agora chamados de Ofensiva Escarlate [Scarlet Ounslaught] – mal sabia Arthas que o líder da Ofensiva Escarlate era ninguém menos que Mal’Ganis. Sim! Aquele demônio que ele enfrentou em Stratholme! De qualquer forma, ignorando Mal’Ganis, tendo lidado com os Escarlates, Arthas ordenou que seus soldados marchassem contra a Capela Esperança da Luz, pra destruir a resistência da Aurora Argêntea. Essa incursão também pode ser vivenciada no jogo, através das missões de Cavaleiros da Morte.

A premissa era, além de eliminar os inimigos do Flagelo, levantar dos mortos vários heróis da Aliança que ali se encontravam enterrados. A incursão a Capela Esprança da Luz foi um desastre, e Arthas sabia que estava mandando seus guerreiros para uma missão suicida. O intuito era tirar Tirion Fordring de seu esconderijo. Tirion apareceu, tal como o espírito de Alexandros Mograine, o dono original da Crematória, e pai de Darion. Arthas sela a alma de Alexandros, e rebate o ataque de um revoltado Darion, colocando-o de lado no campo de batalha. Quando Arthas volta a sua atenção ao paladino mais velho, Darion lança a Crematória corrupta para Tirion, que a purifica ao carregá-la. Com a Crematória em mãos, Tirion tem poder o suficiente para repelir o ataque do Lich Rei, que foi embora.

Foi nessa batalha que as organizações Crusada Argêntea e os Cavaleiros da Lâmina de Ébano foram criadas, se tornando mais uma resistência contra o Flagelo de Arthas.


Video fanmade pela Cape Productions, a mesma que fez a história de Stratholme

Angrathar: The Wrathgate – O portão da Ira

A Aliança e a Horda finalmente começaram uma ofensiva nos portões de Angrathar. Angrathar é a entrada da Citadela da Coroa de Gelo ao Nordeste de Repouso das Serpes [Dragonblight]. As duas facções rivais se uniram para fazer cerco ao portão. A frente da Vanguarda da Aliança estava Bolvar Fordragon, e a frente da Expedição da Horda estava Dranosh Saurfang. O confronto (e as palavras de Bolvar) foram o suficiente para trazer Arthas para fora de sua fortaleza.

Dranosh foi o primeiro a investir, apenas para cair diante dos pés de Arthas, e ter sua alma consumida por Gélido Lamento [Frostmourne]. Foi quando os Renegados atacaram.

Usando a praga desenvolvida por Sylvana ao longo dos anos, o grande apotecário Putress atacou as tropas dos vivos e dos mortos. Arthas, olhando lá de baixo, enquanto os galões de praga eram lançados contra ele, sussurrou “Sylvana”, sabendo do envolvimento da Rainha Banshee com o ocorrido. Recolheu sua capa e voltou sozinho para a Fortaleza. Foi quando os Dragões Vermelhos vieram e purificaram o lugar.

Esse evento levava a uma missão conhecida, mas retirada do jogo, chamada Batalha por Cidade Baixa [Battle for Undercity].


Wrathgate

A Queda


Trailer da Citadela da Coroa de Gelo, legendado por Ricardo Bicalho

Arthas também fez uma breve aparição no Torneio Argênteo de Tirion, quando abriu um buraco no chão para que os jogadores enfrentassem um novo e mais poderoso Anub’Arak. Depois do torneio, Tirion levaria seus campeões para as portas da Citadela de Gelo e começaria um cerco. Enquanto Tirion está gritando em seus portões, Arthas se aproxima do pedestal de Gélido Lamento, os espíritos de dentro da espada conversam com ele, em especial seu pai. Ele o alerta. Ele cairá, por todos os horrores que ele criou e todo o sofrimento que ele causou.

E então começa a investida a Citadela. Primeiro os jogadores devem enfrentar o exército de Arthas nos Corredores Congelados [Frozen Halls], auxiliados por Jaina, na Aliança, ou Sylvanas, na Horda. Cada qual com sua história pessoal que as levaram até ali. Arthas aparece efetivamente nos Salões da Reflexão [Halls of Reflection]. Ali seria o lugar onde ele guardaria a sua espada, as câmaras são guardadas por fantasmas de seus subordinados em Lordaeron, e dois de seus capitães em vida, Falric e Marwyn. Falric era o guarda que avisou o pequeno Arthas da chegada da caravana de Varian, sobrevivente da primeira guerra, a Cidade Capital, muitos anos atrás, ele era um dos servos mais leais de Arthas. Jaina/Sylvana persegue-o até outra câmara, um salão distorcido do que era o salão do trono em Lordaeron. Constantemente Arthas é uma caricatura de si mesmo, mesmo se tornando o Lich Rei, ele mantém muitos dos traços e das lembranças que tinha como paladino, de forma distorcida.

Arthas é paralizado tempo o suficiente para o grupo sair por fora, afim de escapar dali. Ele ergue paredes de gelo, que são derrubadas pela guia do grupo. No final do trajeto, ele consegue dar uma de sith usar de sua energia para estrangular Jaina/Sylvana. Mas a cavalaria chega e usa os canhões para derrubar a estrutura de pedra em cima de Arthas, cortando a ligação dele com a vítima.

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Jaina era uma fraqueza, a melhor forma de lidar com ela era eliminando-a. No caso de Sylvana, ela era uma irritação, também deveria ser eliminada. Felizmente pra ambas, ele falhou.

Os heróis de Azeroth tinham informações e força o suficiente para invadir a Citadela de Arthas. E um a um seus servos caíram. Vamos conhecer um pouco de cada um dos embates antes de chegar na queda do Lich Rei:

  • Lorde Medulante [Lord Marrowgar]: Feito pelo Lich Rei de ossos de milhares de aventureiros mortos, é guardião da espiral de gelo [Frozen Spire].
  • Lady Sibilamorte [Deathwhisper]: Esta falante criatura é a substituta de Kel’thuzad na Seita dos Malditos.
  • Carrasco [Deathbringer] Saurfang: Antigo líder da ofensiva Kor’kron nos portões da Ira, caiu em batalha e foi revivido como servo do Lich Rei. Após sua derrota, seu pai leva seu corpo para casa para ter um enterro digno.
  • Professor Putricida [Putricide]: É o gênio do flagelo, por trás do desenvolvimento de todas as pragas, gosmas, tudo de ruim que pode ser espalhado por aí e prejudicar os demais. Ele criou as duas  monstruosidades nas salas ao lado.
  • Os 3 príncipes Keleseth, Taldaram, e Valanar: Já enfrentamos os três separadamente pelas masmoras de Nortúndria. Revividos, eles formam o conselho dos San’layn.
  • Rainha de Sangue [Blood Queen] Lana’thel: Antiga Condensa, e agora a Rainha de Sangue dos San’layn – uma espécie de elfo vampiro, Lana’thel era uma das elfas sangrentas que seguiu Kael’thas até Nortúndria, perseguindo Arthas depois que ele defilou a Nascente do Sol. Ela foi a pessoa que trouxe a famosa lâmina Quel’Delar. Quando morta pelo Lich Rei, ela foi revivida como uma San’layn.
  • Valithria Andassonho [Dreamwalker]: É uma dragonesa da revoada de Ysera, capturada e torturada pelo Flagelo com o intuito de reproduzir o efeito do Pesadelo Esmeralda. (em termos de gameplay, ela envia os jogadores pro Sonho Esmeralda no modo normal, e pro Pesadelo no modo heróico)
  • Sindragosa: Temida e admirada, Sindragosa foi a última consorte de Malygos antes que ele sucumbisse a loucura. Quando Neltharion (futuro Asa da Morte/Deathwing) traiu as revoadas e dizimou os azuis, Sindragosa e Malygos foram separados, e ela acabou se vendo sozinha num norte muito distante e congelado. Ela morreu com pensamentos de ódio, raiva, remorso e vingança. Definitivamente alguém com quem você não gostaria de brincar. Até hoje ela dá trabalho para grupos de aventureiros desavisados de sua habilidade Tumba de Gelo.

Seguindo a queda de Sindragosa, Arthas o aguarda no Trono Congelado, onde ele mantém Bolvar aprisionado. Nem vivo, nem morto, Bolvar foi salvo pelas chamas dos Dragões Vermelhos e é torturado por Arthas afim de colocá-lo em sua linha de frente contra os campeões de Azeroth. Tirion assiste os heróis na luta contra Arthas, mas antes que pudesse iniciar o conflito, ele é congelado, deixando o grupo de heróis para lidar com o Lich Rei sozinhos. Ao final da luta, graças à Crematória, Tirion se liberta e investe contra Arthas, quebrando a lâmina de Gélido Lamento, e liberando as almas que ali estavam presas.

E então o momento de sua queda havia chegado. Reinou por pouco tempo, mas marcou seu lugar na história de Azeroth, uma vez um príncipe amado por todos, agora um rei odiado por todos. Pensando em toda sua trajetória pela história, Arthas seguiu suas paixões acima de tudo. A paixão por si mesmo. Seus votos, seus medos, sua insegurança, acabaram levando-o até onde ele estava agora. Ao cair no chão, a luz azul e gelada sobre seus olhos se dissipa lentamente.

Ele só via as trevas. O espírito de seu pai aparece ao seu lado, parecia satisfeito em ter seu filho de volta. Arthas deitado como uma criança doente nos braços de seu pai, era como Mathias Lehner (sua humanudade, anagrama de Arthas Menethil) que estava diante de si não muitos meses atrás. Seu pai o amava afinal, e mesmo na sua morte, ele estava ali para Arthas.

Nenhum rei reina para sempre, Arthas…

Então seu punho não tinha mais forças para segurar a mão espectral de Terenas, e cai pesadamente no gelo. Seus olhos se fecham, e agora sem um Lich Rei, o Flagelo enlouqueceria. Bolvar toma para si a tarefa de cuidar para que o Legado de Arthas não fosse mais problema para os vivos.

Depois da morte de Arthas, Sylvana, desolada por sua vigança ter sido roubada dela, atinge o gelo onde se encontra Bolvar com uma força que faz com que o gelo se parta. Ela também se joga to topo da Coroa de Gelo e é trazida de volta pelas Val’kyr. Jaina recebe o colar que Arthas sempre usava junto ao peito de volta, lamenta pela perda do amado, e fica feliz que ele não está mais sob o controle das trevas.


A Queda do Rei Lich, em português!

Além da história!

A lista de referências a Arthas é enorme. Sendo ele um dos personagens mais amados pelo público, ele sempre faz uma apariçãozinha em algum lugar.

Onde posso encontrá-lo no jogo?

  • Criando um Cavaleiro da morte:
    A serviço do Lich Rei
    Ao criar um Cavaleiro da Morte, o jogador já se depara com seu treinamento e com o Lich Rei, liberando um pedaçodas terras pestilentas do domínio da Crusada Escarlate. Essa missão inicial leva a Batalha da Capela Esperança da Luz.
  • Cavernas do tempo:
    O Expurgo de Stratholme
    Reviva o trágico capítulo em que Arthas invadiu Stratholme e lutou contra Mal’ganis
  • Missões em Coroa Congelada:
    Missões iniciais da sequência de Matthias Lehner, anagrama de Arthas Menethil, o espírito do menino que Arthas teria expurgado de si.
    Onde Caem os Dragões (Aliança) / Onde Caem os Dragões {Horda)
    Nesse conjunto de missões, você vivencia um pouco da trajetória de Arthas em Icecrown, inclusive sua batalha com Illidan ali, e a tentativa de distruir um fragmento de seu coração, que teria o último vestígio de humanidade em Arthas – aparentemente o garoto não havia sido completamente apagado.

Itens

 

Curiosidades

  • Por muito tempo, tomou-se como verdade que o Lich Rei seria um ser só, uma fusão de Arthas e Ner’zhul. O livro desmentiu o fato e consolidou Arthas como única mente comandando o Lich Rei.
  • No final das missões para a obtenção da arma lendária Lamento Sombrio [Shadowmourne], o jogador encontra itens guardados pelo Lich Rei. Entre eles estão a insignia de Uther, a espada que Muradin usou para treiná-lo, um frasco com o sangue de Sylvana, um fragmento da alma de Alexandros Mograine e um colar com a imagem gravada de Jaina Proudmore.
  • Numa linha temporal alternativa, onde Blackmoore conquistou Lordaeron, Arthas e Jaina são casados, refugiados em Ventobravo e tem um filho pequeno chamado “Uther”.
  • Arthas é listado como ex-membro da banda Elite Tauren Chieftain (L80ETC).
  • Durante o ataque do Pesadelo Esmeralda, Arthas aparece no pesadelo de Jaina, onde ela o ajuda em Stratholme, e se torna a Rainha Lich em seu lugar, tentando salvá-lo.
  • Mesmo marcado como “Morto-vivo”em alguns NPCs, Chris Metzen e Alex Afrasiabi confirmaram no painel de Lore na Blizzcon 2007 que Arthas NUNCA morreu. Ele é descrito como estando (literalmente) congelado entre os vivos e os mortos.
  • Além de Arthur, Arthas também tem paralelos com Anakin Skywalker/Darth Vader.
  • Arthas morreu aos 31 anos.
  • Arthas é personagem jogável em Guitar Hero: Warriors of Rock.
  • Ele também sofre bullying no livro infantil “Snow Fight”, que ensina as crianças que fazer mal ao amiguinho é errado. (Mesmo ele sendo o Arthas)
  • A importância de Invencível na vida de Arthas foi uma sugestão de Christie Golden enquanto ela conversava sobre o escopo do livro, incialmente não muito bem recebida por Metzen, mas depois ele concordou. Foi uma adição vital para o desenvolvimento do personagem.
  • Ele é citado na Moeda de Ouro de Jaina também.

Arthas e Arthur: A distorção de um herói

Enquanto eu me formava na faculdade, tivemos a oportunidade de escrever um artigo acadêmico em cima de um assunto relacionado a jogos. Uma colega do curso então fez uma pesquisa e uma comparação entre a jornada de Arthas e do Rei Arthur; o texto a seguir é retirado do artigo, o qual ela teve a gentileza de me enviar. É uma análise interessante, mas que não deve ser considerada absoluta, por não partir da Blizzard:

Como se pode perceber a historia de Arthas é muito semelhante ao mito do rei Arthur, onde será considerado o Arthur descrito por Geoffrey de Monmouth, Bernard Cornwell e Marion Zimmer Bradley, que apesar de serem bastante diferentes entre si possuem em sua essência as mesmas características. Será analisado agora, o mito do Rei Arthur em sua jornada do herói e contrapô-lo a historia do príncipe Arthas. O Personagem do Rei Arthur é sempre descrito como um bastardo ou mesmo um homem comum, que através de suas virtudes e habilidades é escolhido para liderar o povo bretão, esse personagem é praticamente uma personificação de todas as qualidades humanas, como honra, lealdade, justiça e esforço, desapegado dos pensamentos de si e voluntario em pró do bem coletivo. Este herói consegue instantaneamente a simpatia das pessoas pois ele é um conjunto de tudo que as pessoas tem como ideal moral, os próprios valores que a sociedade prega a suas crianças e que, normalmente se perdem um pouco no decorrer da vida adulta, dando ainda mais valor a esses ideais em figuras históricas. O personagem de Arthas parece ter sido construído em cima da figura do Rei Arthur, mas com um toque de “E se…” em seus momentos decisivos. O Rei Arthur é agraciado com a espada mágica Excalibur por seu mentor mágico, o druida Merlin, e com essa espada ele lidera seu povo a vitoria, sem nunca ceder ao poder da espada, mas agregando a espada como mais uma ferramenta a auxiliá-lo em sua jornada, já no caso de Arthas, ocorre um “E se…”, e se a espada mágica não fosse somente uma espada mágica? E se ela não fosse o instrumento da vitoria? pois é isso que acontece, a espada mágica de Arthas, `Gélido Lamento [Frostmourne] não é somente mágica, ela é também maldita; ela não o leva a vitoria e sim a ruína, ele vê na espada não uma ferramenta para auxiliá-lo em sua jornada, mas sim o objeto de vitória. Arthur quando aluno e aprendiz é sempre descrito como muito talentoso e hábil, mas sempre respeitoso e grato a seus mentores, tendo sempre em mente a realidade de superá-los mas de os honrar sempre, por sentir por seus mentores uma grande gratidão, já no caso de Arthas a situação é quase completamente oposta, apesar de se mostrar muito hábil no combate ele se mostra arrogante e tem plena consciência de que irá superar seus mentores, não tendo assim quase nenhum respeito por eles, seus mentores vêem no príncipe uma obrigação, uma forma de servir a coroa do reino, não necessariamente de educar um jovem de forma a se tornar uma melhor pessoa.

Quando colocado perante uma situação difícil, onde a coisa moralmente certa a se fazer não é necessariamente certa dadas as suas próprias convicções pessoais, o Rei Arthur sempre fez a escolha moralmente certa, que beneficiasse o bem comum, como o caso de Tristan e Isolde, já no caso de Arthas, quando se depara com uma situação difícil, como o caso de Stratholme, o príncipe toma uma decisão considerando apenas os seus próprios desejos e sua visão, desconsiderando completamente os padrões morais e até mesmo o conselho de seus aliados.

O Rei Arthur tem em sua jornada um objetivo claro e definido, e esse objetivo nunca se perde, que é lutar pelo bem dos bretões, e seu objetivo secundário, o qual ele seguiu como requerimento para atingir seu objetivo principal era devolver a coroa ao seu legitimo rei assim que esse fosse apto para tal, ou seja, apesar de dado, aceitado e utilizado o poder da coroa, Arthur nunca se esquece de seu deve para com Mordred, e só se opõe ao legitimo rei quando este começa a por em risco o bem dos próprios bretões, de forma oposta, Arthas perde seu objetivo constantemente durante sua jornada, ele determina como objetivo inicial salvar seu povo, mas quando ele mesmo os destrói em stratholme, seu objetivo passa a ser então a vingança contra o demônio que ele considera culpado, e quando oferecido poder, com a Frostmourne e o Lich Rei, ele se desliga completamente de seu objetivo inicial, se tornando agora o próprio inimigo que ele se propôs a derrotar.

Em uma visão geral, pode-se perceber que, apesar das semelhanças superficiais e inicias entre Arthas e Arthur, o príncipe de Lordaeron deixa sua jornada do herói e se estabelece como vilão no momento em que ele toma decisões quase que antagônicas a aquelas tomadas pelo Rei Arthur, fazendo com que ele se torne não a personificação das virtudes humanas como Arthur, mas sim a personificação da corrupção e das falhas humanas, consumido pela vingança e arrogância.

Do artigo “O HERÓI COMO VILÃO: ARTHAS MENETHIL”, por Gabriela Queiroz, 2013, Universidade Anhembi Morumbi

Fontes do artigo supracitado:
1. CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. 1. ed. São Paulo: Pensamento, 1989.
2. CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. 18. ed. São Paulo: Palas Athena, 1990.
3. MURRAY, Janet. Hamlet no holodeck: o futuro da narrativa no ciberespaço. 1. ed. São Paulo: Unesp, 2003.
4. GOLDEN, Christie. Arthas: rise of the lich king. New York: Pocket Star Books, 2009.

Fontes para este artigo incluem:

Arthas: Rise of the Lich King – Chirstie Golden
WarCraft 3: Frozen Throne
World of Warcraft: Wrath of the Lich King
Jaina Proudmoore: Tides of War – Chirstie Golden
Sylvanas Windrunner: Edge of Night – Dave Kosak
Thrall: Twilight of the Aspects – Chirstie Golden
Snow Fight – Chris Metzen (só pela parte de curiosidades)
WoWPedia (com verificação nas fontes originais)
http://www.engadget.com/2007/08/04/blizzcon-day-2-wow-lore-and-quests-panel-liveblog/

Pra você que leu até aqui correndo, e quiser reler com uma trilha sonora diferente da loading screen do Wrath, segue a favorita da galera:


Música: Arthas, My Son (Invincible)

Pessoalmente, quero que essa música toque no meu funeral.

Obrigada novamente por terem acompanhado até aqui, a partir de agora, tentarei ser mais frequente, mas por conta de limitações, os artigos deverão ser mais curtos. 🙂

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