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Boa leitura!
Lorde Vincent Godfrey suspirou longamente e apoiou o corpo na pilha de malas ao lado.
– Não vou mentir, Dareon – disse. – Não gosto nada da ideia de ter worgens entre as nossas fileiras… Ainda não superei minha worgenfobia, estou odiando tudo isto. Sabe-se lá quanto tempo essa poção do Krennan vai durar e quando você vai começar a querer arrancar a cabeça de alguém…
Dareon rosnou baixinho. Uma mulher, que estivera todo o tempo ao lado de Godfrey, tocou-lhe o braço e chacoalhou a cabeça em desaprovação.
– Vincent, por favor, não acho que esse seja o momento apropriado para…
– Se acalmem, vocês dois – Godfrey revirou os olhos. – É o seguinte, Dareon: vamos usar e abusar dessa sua… eh, ferocidade… até quando for possível. Há soldados espalhados pelo campo de batalha, lutando contra os Renegados. Nós precisamos que você vá até lá e os ajude. Mate o máximo de mortos-vivos que puder, da forma mais brutal possível.
Tendo que erguer os braços para alcançar os ombros de Dareon, Lorde Godfrey atreveu-se a dar-lhe um chacoalhão inesperado.
– Vamos inculcar neles o medo de worgens, Dareon! – berrou.
Um vigia pigarreou e deu um passo na direção de Godfrey.
– Se me perdoa a interrupção, senhor, acho que é importante lembrar que as catapultas dos Renegados estão arrancando o nosso couro. E, mesmo que nós conseguíssemos superá-las, eles têm dois navios com baterias de canhões à postos…
Godfrey ajeitou a cartola no topo da cabeça e alisou o paletó.
– De fato – concordou. Passou os dedos pela barba grisalha e pensou durante alguns instantes. – Bem, mas talvez possamos matar dois coelhos com uma cajadada só. E Dareon, você é o cajado!
Dareon aguardou que Lorde Godfrey terminasse de rir da própria piada para explicar o plano.
– Certo – Godfrey tossiu. – Então… Sim. Mate os maquinistas que operam as catapultas e, em seguida, use-as para se lançar para dentro dos navios dos Renegados.
– E como é que…
– Dareon, se sua mira for minimamente boa, você deverá aterrissar sem problemas. Por acaso tem noção do seu tamanho, rapaz? – olhou-o de cima a baixo. – Você vai ser o worgen-bala!
Godfrey riu novamente, mas logo se recompôs e prosseguiu:
– Bem, é… é isso. Uma vez a bordo, vá para baixo do convés e dê cabo dos capitães dos dois navios.
Dareon sorriu, irônico, tendo consciência de que mostrava as presas para Godfrey.
– Você fala como se fosse fácil – resmungou, dando-lhe as costas.
Sentiu uma mão delicada pousar em seu braço e virou-se bruscamente. A humilde moça que permanecera ao lado de Lorde Godfrey durante toda a conversa retirou a mão rapidamente, assustada, e encolheu-se sob a sombra de Dareon.
– Eu… desculpe… – murmurou baixinho.
Dareon balançou a cabeça.
– Pode falar – disse em tom brando, e pensou, alegre, que sua voz saíra ótima naquela frase.
– É q-que… – a moça chorosa enxugou os olhos com a ponta do avental – os militares não querem deixar que eu saia do abrigo, m-mas os meus filhos ainda estão lá f-fora! Preciso que salvem as crianças! Os Renegados não t-têm a menor consideração por vidas inocentes, m-meus filhos estão c-correndo um grande p-perigo…
Melinda Hammond começou a soluçar copiosamente, cobrindo o rosto com as mãos. Dareon esticou o braço para acalmá-la, mas decidiu retirá-lo antes que ela se assustasse mais ainda com as garras.
– Por favor, você p-precisa encontrá-los – pediu ela com a voz embargada. – Eu… eu…
– Fique tranquila – disse Dareon –, eu posso procurá-los… Como eles se chamam?
– T-tem a Cynthia, a Ashley e o James – Melinda fungou mais uma vez. – Se você os encontrar, traga-os até aqui, p-por f-favor…
Dareon sorriu para a pobre moça com a boca fechada, tentando de toda forma parecer simpático. Viu de longe quando um dos vigias puxou um banco debaixo de uma mesa de madeira e a Sra. Hammond sentou-se, parecendo pequena e frágil, o corpo inteiro tremendo devido ao choro.
As crianças primeiro, pensou, gravando na memória os nomes dos filhos de Melinda, e então tentou imaginar qual seria a reação de uma criança diante de um worgen daquele tamanho. Uma vez fora do porão dos Allen, uivou baixinho algumas vezes para limpar a garganta e, tomando fôlego, chamou pela primeira vez:
– Cynthia! Ashley! James!
Tudo o que ouvia eram as explosões dos tiros de canhão na praia. Decidiu circular mais um pouco pela propriedade e então voltou a gritar:
– Ashley, você está aí? Cynthia! Jam…
Ouviu um barulhinho diferente e ficou quieto por um momento, tentando escutar melhor. Era um soluço fraco, inconfundível, e Dareon seguiu o som até enxergar um pedaço de tecido cor-de-rosa por entre as folhas de um milharal.
– Ashley? – perguntou. – É você?
A garotinha soluçou mais uma vez e parou, balançando suas tranças louras. Quando Dareon apareceu, ela assustou-se e correu para dentro de uma pequena casinha que servia de depósito de alimentos.
– Oi – Dareon sussurrou, ajoelhando-se para ficar do tamanho da menina. Ela encolheu-se atrás de um barril e olhou-o por cima da tampa, as mãozinhas segurando nas bordas com dificuldade. – Ei, amiguinha… Eu não vou te machucar. Você é a Ashley?
A garotinha negou com a cabeça.
– Bem, então você só pode ser a Cynthia. Acertei?
– Acertou – a menininha esfregou os olhos com uma das mãos –, mas você me dá medo, eu quero a minha mãe…
– Está vendo aquela porta no chão? – ele apontou na direção do porão. – Ali, atrás da casa? Sua mãe está ali dentro. Você consegue correr até lá? Muito rápido?
Cynthia saiu de trás do barril e olhou para cima para encará-lo uma vez. Assentiu rapidamente com a cabeça e correu até um dos vigias que guardavam a entrada do porão, que acenou para Dareon e guiou a garotinha até sua mãe.
Aguardou pacientemente até que Cynthia estivesse em segurança e voltou a rodear o terreno da Fazenda, chamando as crianças pelo nome.
– Ashley! James!
– O quê? –uma voz fraquinha gritou em resposta de repente. – Aqui! Eu! Aqui!
Dareon encontrou o pequeno James tentando subir em uma carroça cheia de feno, atrás de uma das casas menores. O menino ficou paralisado ao vê-lo e gritou, apavorado.
– Não, não grite, eu vim para levá-lo até sua mãe – explicou Dareon.
James pulou da carroça, ainda desconfiado, e remexeu um montinho de terra com o pé.
– Não me machuca – pediu ele. – Eu só estava procurando as minhas irmãs… Acho que a Ashley está dentro daquela casa, bem ali…
Dareon olhou na direção em que o garoto apontara e esticou a mão para que James a segurasse.
– Eu vou encontrar a Ashley para você, está bem? Agora venha comigo, vou te levar para um esconderijo, junto da Cynthia e da sua mãe.
James concordou em ir depois que Dareon prometeu ir atrás de Ashley pela quinta vez. O mesmo vigia que havia cuidado de Cynthia recebeu James e o ajudou a descer as escadas para dentro do porão.
Dareon recebeu um aceno entusiasmado e, depois de se certificar de que James estava seguro, correu até a casa indicada pelo menino.
– Ashley? – chamou.
Uma garotinha de cabelos alaranjados apareceu no topo das escadas, olhou-o uma vez e correu de volta para o quarto, gritando. Dareon subiu logo atrás e já foi se explicando no caminho para ganhar tempo.
– Não precisa ter medo, eu vim salvar você – disse, entrando no pequeno quartinho singelo.
Dois olhinhos curiosos o espiaram por uma fresta, então Ashley saiu de dentro do armário e parou em frente à cama. Presenteou-o com um sorriso e jogou as tranças para trás.
– Desculpe, senhor worgen – disse ela. – Você é um daqueles worgens bonzinhos? Onde está a minha mãe? E a Cynthia, você já viu a Cynthia? É aquela ali – ela apontou na direção da parede, onde estavam pendurados os retratos de James e Cynthia, lado a lado. – E aquele é o James.
Dareon sorriu de volta.
– Eu já os conheci. São muito simpáticos, assim como você.
– Obrigada – Ashley ergueu a mão para que Dareon a segurasse. – Vamos embora?
Conversou com a garotinha durante o curto caminho até o porão dos Allen. Melinda acenou alegremente da base das escadas, agradecendo-o com palavras silenciosas. Dareon acenou de volta e aguardou que Ashley acabasse de descer os degraus, correndo em seguida para dentro do porão.
Cumprimentou rapidamente os vigias da entrada e recebeu um latido de um dos mastins. Caminhou lentamente sob a chuva, ensopando o pelo e as roupas – que ainda achava um tanto pequenas, mas as mantinha no corpo por respeito aos amigos. Esgueirou-se pelo meio das plantações até o limite da praia, de onde já podia enxergar a batalha travada perto dos navios. Os canhões disparavam suas bombas incessantemente, incendiando árvores e bloqueando passagens ao redor da Fazenda.
As catapultas estavam dispersadas estrategicamente pelo campo, todas operadas por um maquinista. Dareon aguardou um momento oportuno e correu em direção à que mais lhe servia, mal dando tempo ao soldado Renegado de virar-se de frente para o ataque.
Com a força que tinha, Dareon atirou-o para muito longe. Encarou o enorme navio de guerra dos mortos-vivos, com suas caveiras e velas escuras, e então olhou para a catapulta abandonada ao seu lado. Suspirou, pousando uma pata na corrente que prendia a roda, e, num impulso, girou a máquina na direção do convés do navio mais próximo.