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Este é o 36º artigo de 46 posts da série Entre Homens e Lobos.

Dareon correu pela ponte que levava à Tempestária sentindo seu corpo se desvanecer lentamente. Era uma sensação estranha, de repente deixar de ver os próprios pés e sentir braços e pernas que simplesmente não estavam mais ali.

Sentiu-se inseguro a princípio, quando, tão entretido estava com sua ausência de forma, acabou se deparando com dois vigias de Lorde Godfrey na entrada de Tempestária. Chegou até a se aprumar para uma defesa, mas o ataque nunca veio. Os guardas continuaram imóveis, alheios à sua presença, sem nem desconfiar que um intruso passava logo ao lado intentando caçar seus chefes.

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Idiota – disse Dareon ao ouvido de um dos guardas e se afastou rapidamente, contente por gerar intriga entre os inimigos.

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Logo depois, repreendeu-se pela conduta imprudente e seguiu seu caminho bem longe da percepção dos outros guardas. Andou a esmo por Tempestária, sem sequer saber quem procurar. Só espero que dê tempo, pensava, aflito, torcendo para que não tivessem feito nada de mau com o Rei.

Foi enquanto esses pensamentos lhe assaltavam que Dareon olhou de relance para o pátio central da cidadezinha e notou uma reunião de pessoas conhecidas. Lorde Godfrey, o Rei Greymane e outro homem desconhecido formavam um triângulo de discussão, observados e guardados por algumas dezenas de guardas armados.

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Dareon temeu que seu coração fosse saltar para fora do peito, tamanha era a vontade que tinha de ir até lá imediatamente e pular sobre Lorde Godfrey. Seus dentes rangiam de raiva enquanto encarava, de longe, a figura insonsa do traidor.

Até chegou mais perto para tentar ouvir o que diziam, mas não conseguiu. Lorde Godfrey apenas murmurava, e o Rei parecia preferir ficar quieto a tratar com seu captor. Dareon acalmou-se ao notar que Greymane estava solto e não tinha ferimentos. Bem, o que ele poderia fazer?, concluiu. Sair correndo?

Dareon uniu todas as forças que tinha para sair dali e continuar sua busca pelos comparsas de Godfrey. Pobre Genn, pensava, lembrando-se da feição cabisbaixa e soturna do Rei enquanto deixava-o para trás, torcendo para que ainda estivesse ali mais tarde, depois que Dareon completasse sua missão.

Já fazia um bom tempo que Dareon caminhava sem sucesso por Tempestária quando ouviu um nome que o alarmou.

Lorde Walden! – gritou um guarda.

Um senhor que estava de costas para Dareon ergueu a cabeça e se prontificou a responder:

– Sim?

Dareon parou onde estava imediatamente e correu atrás do homem, que caminhava solenemente para dentro de uma pequena casa ao norte de Tempestária.

– O Barão Ashbury pede para avisar que se encontra na casa de observação, além da ponte leste – prosseguiu o guarda, ao que Walden acenou e agradeceu brevemente.

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Em seguida, o lorde passou por entre os guardas e subiu as escadas da casa. Dareon correu atrás e aguardou que estivesse fora da visão dos vigias à porta. Assim que conseguiu uma posição favorável, desembainhou a adaga que carregava e, enquanto cravava-a no peito do traidor com uma pata, com a outra cobria seu rosto para que não gritasse.

Lorde Walden parou de se debater aos poucos e finalmente caiu de joelhos, o corpo mole e sem vida. Dareon olhou-o durante um instante e partiu, largando-o esticado no chão da entrada de um pequeno quarto, pensando que precisava acabar com Ashbury antes que a morte de Walden fosse descoberta.

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Recordando-se da conversa que ouvira momentos antes, Dareon seguiu para o leste de Tempestária até encontrar a ponte que o guarda havia mencionado. Depois disso, foi fácil visualizar o Barão Ashbury caminhando de lá para cá com sua capa amarela esvoaçante, guardado por uma dezena de vigias que permaneciam no início da ponte e outros dois que tomavam conta da casa.

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Dareon correu até o ponto de observação atrás da casa e não precisou esperar um minuto até que Ashbury aparecesse. Da mesma forma que fizera com Lorde Walden, tirou sua adaga da cintura e a cravou no peito do outro traidor.

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Nunca mais – murmurou a esmo antes de correr por entre os guardas ao encontro de seu Rei.